LENDAS BRASILEIRAS
A MULA SEM CABEÇA
A mula-sem-cabeça é uma lenda do folclore brasileiro, a sua origem é desconhecida, mas bastante contada em todo Brasil.
A mula é literalmente uma Mula Sem Cabeça e que solta fogo pelo pescoço, local onde deveria estar sua cabeça, possui em seus cascos, ferraduras que são de prata ou de aço e apresentam coloração marrom ou preta.
Apesar de ter origem desconhecida, a lenda fez parte da cultura da população que vivia sobre o domínio da Igreja Católica.
Segundo a lenda, qualquer mulher que namorasse um padre seria transformada em um monstro, desta forma as mulheres deveriam ver os padres como uma espécie de “santo” e não como homem, se cometessem qualquer pecado com o pensamento em um padre, acabariam se transformando em mula sem cabeça.
LOBISOMEM
ORIGEM PORTUGUESA
Conhecida no mundo inteiro.Diz a lenda que quando uma mulher tem 7 filhas e o oitavo filho é homem, esse menino será um Lobisomem. Também o será, o filho de mulher amancebada com um Padre.
Sempre pálido, magro e orelhas compridas, o menino nasce normal. Porém, logo que ele completa 13 anos, a maldição começa.
Na primeira noite de terça ou sexta-feira, depois do aniversário, ele sai à noite e vai até um encruzilhada. Ali, no silêncio da noite, se transforma em Lobisomem pela primeira vez, e uiva para a lua.
Daí em diante, toda terça ou sexta-feira, ele corre pelas ruas ou estradas desertas com uma matilha de cachorros latindo atrás. Nessa noite, ele visita, 7 partes da região, 7 pátios de igreja, 7 vilas e 7 encruzilhadas. Por onde passa, açoita os cachorros e apaga as luzes das ruas e das casas, enquanto uiva de forma horripilante.
Antes do Sol nascer, quando o galo canta, o Lobisomem volta ao mesmo lugar de onde partiu e se transforma outra vez em homem. Quem estiver no caminho do Lobisomem, nessas noites, deve rezar três Ave-Marias para se proteger.
Para quebrar o encanto, é preciso chegar bem perto, sem que ele perceba, e bater forte em sua cabeça. Se uma gota de sangue do Lobisomem atingir a pessoa, ela também vira Lobisomem.
LENDAS DO NORDESTE
FAMALIÁ
É o nome de um diabinho preto, conservado dentro de uma garrafa, uso e mito da região norte mineira e bastante comum também nas feiras norte-nordestinas. Comprado pela gente simples como curiosidade ou mesmo crença.
Já citado nas "Denunciações da Bahia", em 1951, e sempre combatido pelos religiosos de todas as denominações, o mito permanece.
Segundo a tradição, para se fazer um, deve-se matar um gato preto, tirar-lhe os olhos e colocar cada um dentro de um ovo de galinha preta, guardando tudo dentro de estrume eqüino. Passado um mês, nascerá o diabinho, que nasce sempre em forma de pequeno lagarto, e deverá ser alimentado com ferro ou aço moído.
Os possuidores do Famaliá terão muito poder e, se você pedir, poderá arranjar-lhe dinheiro em qualquer quantidade.
CEARÁ
LlENDA DE ORIGEM PORTUGUESA
A CIDADE ENCANTADA DE JERICOACOARA
Antigos habitantes de Jericoacoara, no Ceará, costumam contar esta lenda de origem portuguesa.Dizem que debaixo do morro do farol local, existe uma cidade encantada, onde mora uma linda princesa.
Perto da praia, quando a maré está baixa, há uma furna onde só se pode entrar agachado. Esta furna de fato existe. Só se pode entrar pela boca da caverna, mas não se pode percorrê-la, porque, está bloqueada por um enorme portão de ferro.
A cidade encantada e a princesa estariam além daquele portão. A encantadora princesa está transformada, por magia, numa serpente de escamas de ouro, só tendo a cabeça e os pés de mulher.
De acordo com a lenda, ela só pode ser desencantada com sangue humano. Assim, no dia em que alguém for sacrificado junto do portão, abrir-se-á a entrada para um reino maravilhoso. Com sangue será feita uma cruz no dorso da serpente, e então surgirá a princesa com toda sua beleza, cercada de tesouros inimagináveis, e a cidade com suas torres douradas, finalmente poderá ser vista. Então, o felizardo responsável pelo desencantamento, poderá casar com a princesa cuja beleza é sem igual nesse mundo.
Mas, como até hoje não apareceu ninguém disposto a quebrar esse encanto, a princesa, metade mulher, metade serpente, com seus tesouros e sua cidade encantada, continuam na gruta a espera desse heroí.
PERNAMBUCO
A CABRA CABRIOLA,É UMA LENDA DO ESTADO DE PERNAMBUCO DO FIM DO SÉCULO XIX .
A Cabra Cabriola é uma espécie de cabra, meio bicho, meio monstro. É um Bicho que deixa qualquer menino arrepiado só de ouvir falar. Solta fogo e fumaça pelos olhos, nariz e boca. Ataca quem anda pelas ruas desertas às sextas a noite. Mas, o pior é que a Cabriola entra nas casas, pelo telhado ou porta, à procura de meninos malcriados e travessos, e canta mais ou menos assim, quando chega:
Eu sou a Cabra Cabriola
Que como meninos aos pares
Também comerei a vós
Uns carochinhos de nada...
As crianças não podem sair de perto das mães, ao escutar qualquer ruído estranho perto da casa. Pode ser qualquer outro bicho, ou então a Cabriola, assim é bom não arriscar. Astuta como uma Raposa e fétida como um bode, assim é ela. Em casa de menino obediente, bom para a mãe, que não mija na cama e não for traquino, a Cabra Cabriola, não passa nem perto.
PIAUÍ
LENDA DE ORIGEM PORTUGUESA
O BARBA RUIVA
Na lagoa de Paranaguá no Piauí. Dizem que ela era pequena, quase uma fonte, e cresceu por encanto. Foi assim:
Vivia uma viúva com tês filhas. Um dia, a mais moça das filhas dela adoeceu, ficando triste e pensativa. Estava esperando menino e o namorado morrera sem ter tempo de casar com ela. Com vergonha, a moça pariu nos matos e, deitou o filhinho num tacho de cobre e sacudiu-o dentro da pequna fonte de água. O tacho desceu e subiu logo, trazido por uma Mãe-d'agua, que com raiva, Amaldiçoou a moça que chorava na beira.
As águas foram subindo e correndo, numa enchente sem fim, dia e noite, alagando tudo, cumprindo uma ordem misteriosa. Ficou a lagoa encantada, cheia de luzes e de vozes. Ninguém podia morar na beira porque, a noite inteira, subia do fundo dágua um choro de criança. O choro parou e, vez por outra, aparecia um homem moço, muito claro, com barbas ruivas ao meio dia e com a barba branca ao anoitecer.
Muita gente o viu e tem visto. Foge dos homens e procura as mulheres que vão bater roupa. Agarra-as só para abraçar e beijar. Depois, corre e pula na lagoa, desaparecendo. Nenhuma mulher bate roupa ou toma banho sozinha, com medo do Barba Ruiva. Se um Homem o encontra, fica desorientado. Mas o Barba Ruiva não ofende ninguém.
Se uma mulher atirar na cabeça dele água benta e um rosário sacramentado, ele será desencantado. Barba Ruiva é pagão, e deixa de ser encantado sendo cristão. Como ainda não nasceu essa mulher valente para desencantar o Barba Ruiva, ele cumpre sua sina nas águas da lagoa.
SERGIPE
LENDA DE ORIGEM AFRO-BRASILEIRA
O ZUMBI
ZumbiVem do Quimbundo[1] nzumbi, espectro, duende, fantasma. Para as antigas tradições africanas, vem do termo nzámbi, divindade, título adotado pelos chefes sociais. Entre os Cabindas[1], quer dizer Deus.
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Zumbi foi o título do chefe dos rebelados escravos que se refugiaram no Quilomdo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas. Em Sergipe, Zumbi é um negrinho que se confunde com o Saci, que aparece nos caminhos em meio à mata, e é companheiro da Caipora; mas não tem a carapuça vermelha. Anda nu ou quase nu, sempre procurando crianças que vão pegar frutas sivestres, para desorientá-las com seus longos e finos assobios, ou surrá-las, como o Curupira.
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No Rio de Janeiro, fala-se de um Zumbi da meia-noite, um espectro que vagava à noite alta pelas ruas intimidando as pessoas. Relato semelhante a esse, também foi colhido no interior de Pernambuco, apenas que neste, ele canta: "Lá vem o Zumbi da Meia-Noite..", e se perde dançando na noite. Há também referências a um Zumbi diabinho malicioso, moleque.
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[1] - Indivíduo Sul-africano ao qual pertenciam, entre outros, os escravos chamados no Brasil de Angolas, Cabindas, Benguelas, Congos, etc.
BIBLIOGRAFIA
Cascudo, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1954 | 9ª edição: Rio de Janeiro, Ediouro, sd | Geografia dos mitos brasileiros. 2ª ed. São Paulo, Global Editora, 2002, p.335-338
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