domingo, 24 de agosto de 2008

ESSÊNCIA DE NOSSAS RAÍZES( A B C DO FOLCLORE)



ESSÊNCIA E NATUREZA DO FOLCLORE

O Folclore é um ramo da Antropologia,é a história natural do homem...É o estudo da espécie humana na sua unidade substância de corpo e alma.

A Antropologia abrange outras ciências importantes como:

Sociologia -Estudo dos fenômenos Sociais.

Arqueologia -Estuda coisas da Antiguidade;

Psicologia -Estuda a vida mental e emocional;

Etnografia -Tratado das raças humanas;

História e outras.

O FOLCLORE é portanto,um capítulo da ciência do homem.Estuda manifestações de ordem espiritual e também as de vida material que lhe são correlatas,ou seja, que possuem mútuas relações.



O folclore nasce por geração espontânea,nutre-se nos meios incultos do sertão,refletindo a vida rural e passa a ser um fenômeno popular.



O folclore,muitas vezes, é a tribuna das classes iletradas e menos favorecidas,que se vingam dos maus políticos,através de cantigas burlescas,ditos irônicos e sátiras mordazes,verdadeiras críticas às injustiças dos mandões prepotentes.



Folclore, termo geral que abrange crenças, costumes e conhecimentos de qualquer cultura transmitidos verbalmente, por observação ou por imitação.



Tipo de Folclore: O material folclórico pode ser classificado em cinco grandes áreas: crenças, costumes, relatos, canções e refrões e arte popular. As crenças populares englobam todo tipo de idéias sobre os temas que preocupam o homem, desde a causa e a cura de doenças até a especulação sobre a vida depois da morte, assim como superstições, magia, adivinhação, bruxaria e aparições fantasmagóricas ou de criaturas fantásticas e mitológicas. Os costumes compreendem todo o material relativo a festejos, jogos e danças e também fazem referência à culinária e ao vestuário. Os relatos abrangem baladas e diferentes formas de contos tradicionais e música popular, baseados às vezes em personagens reais ou acontecimentos históricos. Entre os refrões e canções estão as cantigas de ninar, as rimas infantis e as adivinhações. A arte popular abrange qualquer manifestação artística criada pelo povo de forma anônima e que expresse o comportamento de sua vida na comunidade.



O FOLCLORE VIVEU MILÊNIOS ANTES DE SER BATIZADO



O Folclore viveu milênios antes de ser batizado.A palavra Dolclore originou-se de duas palavras anglo-germânica:folk+povo e lore +sabedoria.Significando assim SABEDORIA DO POVO,no sentido de saber popular.Tal palavra foi inventada por um sábio inglês chamado,William John Thoms no dia 22 de agosto de 1846.E o dia 22 de agosto passou a ser considerado o dia Internacional do Folclore.



O Folclore Brasileiro é um dos mais belos do mundo.

O maior mestre do folclore Nacional,pela sua vasta cultura e dedicação ao assunto,foi o gramático e historiador João Ribeiro.

Nos nossos dias, a mais viva expressão expressão da cultura popular brasileira, a maior autoridade do Folclore Nacional é Luís da Câmara Cascudo,Nordestino do Rio Grande do Norte.

Os maiores folcloristas cearensesdo passado foram:Leonardo Mota,Barão de Studart,Juvenal Galeno e Gustavo Barroso.



FOLCLORE – Ciência que trata das manifestações coletivas da cultura popular.É um elo que,no tempo e no espaço,une e entrelaça os povos.



FOLCLORISTA – Intelectual que se entrega ao estudo do Folclore,investigando tradições populares.



FIGURAS DO FOLCLORE – Muitas pessoas reais tornaram-se figuras de folclore.Uma das mais afamadas,mundialmente conhecida,é a de Robin Hood, o “bom bandoleiro”que roubava aos ricos para socorrer os pobres.



JETATURA E MAU-OLHADO – TABU E TOTEM

JETATURA – É a encantação maléfica que pode ser lançada inconscientemente e involuntariamente por uma pessoa tida como portadora de azares.Acredita-se que tais criaturas,dotadas de forças ocultas,geralmente são invejosas.Por isso há um temor comum às pessoas invejosas,dadas a elogio e admiração.Aconselha-se, quando perto de certas pessoas, fazer “ figa.”

MAU OLHADO – É crendice universal e milenar de que os olhos exercem fascinação,podendo causar muitos malefícios.

MAU OLHADO – è o chamado “olho de secar pimenteira”que possuem os portadores de forças invisíveis do mal.Referidas pessoas,segundo crendice generalizada,não podem olhar nem elogiar nada.Botam quebranto.Quando se admiram algum recém nascido,a mãe deve dizer:”beija na minha bundinha”.



TABU- Palavra procedente da Polinésia(Oceania) e usada por muitos povos.Significa o que não pode ser tocado ou que representa invisível perigo.Contém assim uma idéia de reserva,perigo ou proibição.Entre nós do Nordeste,destacam-se os “ faz mal”que constituem uma série infindáveis de proibições supersticiosas,sobrevivências que nos vêm dos escravos africanos.



Tais abusões proíbem apontar para uma estrela “porque faz mal”.Também faz mal pisar na sombra de uma pessoa.Faz mal menino brincar com fogo ,à noite(urina na rede)...

TOTEM(Paroxítono)significa símbolo ou sinal,designando geralmente um animal e mais raramente um vegetal que se deve respeitar evitando-se matar, comer ou destruir.



SIMPATIA –é o benzimento de rezadores(charlatões)para curar enfermidades ou “fechar o corpo” de alguém,por meio de palavras mágicas ou grstos cabalísticos e sinais misteriosos.

CHARLATÃO- quer dizer impostor,pessoa que explora a boa fé do público.

ACALANTOS--São cantigas de ninar,melodias suaves para adormecer crianças.É o primeiro contato humano com o folclore.

Os nossos indígenas tinham acalantos de extrema doçura,pedindo emprestado ao Acutipuru o sono ausente do Curumim.

As “mães pretas”, velhas negras do tempo da escravatura, sofredoras,mas generosas,sabiam, de muitas cantigas dolentes e tristes.

Em todos os acalantos o final adormecedor é um solo monótono,de uma só sílaba que se canta em várias notas:

A,A,A...

An,An,An...

U,U,U... Dorme filhinho

Que eu tenho o que fazer

Vou lavar,vou engomar

Camisinha p'ra você

A,A,A,-A,A,A...


Desce gatinho

Lá de cima do telhado

Pra vê se esse menino

Dorme um sono sossegado

-U,U,U, - U,U,U...

FOLCLORE DA REGIÃO NORDESTE



CEARÁ



EXEMPLOS DE MANIFESTAÇÕES FOLCLÓRICAS CEARENSES:

Bumba-Meu-Boi – Reisado – Noite de São João – Desafio ao Pé da Viola

Dança de São Gonçalo - Vaquejada –Pastoris –debulhas de Feijão,etc.



ARTES FOLCLÓRICAS CEARENSES:

Pilão -Papagaio de papel – figurinhas de cerâmica – Pilão – Bilros – Almofadas – Gibão – Chapéu-de-couro -Rede de Dormir- Bordados -crochet .E tantos outros utensílios agrícolas, domésticos e de uso do sertanejo.



Um caboclo com sua natural curiosidade,perguntou ao poeta cearense, Patativa do Assaré:

--Patativa ,o que é “Folclore”?

E o conhecido bardo sertanejo tentou dar uma definição através destes versos::



--Você caboclo, que cresce,

Sem instrução nem saber,

Escuta,mas não conhece

Folclore o que quer dizer:

--O Folclore é um pilão

É um bodoque,um pião

Garanto que também é

Uma grosseira cangalha,

Aparelhada de palha

De palmeira ou catolé.



Folclore meu camarada,

Ouvimos a toda hora,

É história de alma penada,

de lobisomem e caipora.

Folclore é aquele instrumento Para o seu divertimento

Que chamamos birimbau;

É também a brincadeira

Ritmada e prazenteira

Chamada maneiro-pau.



É o aboio magoado.

Do vaqueiro na amplidão,

É o festejo animado

Da debulha do feijão,

Carro de boi e gaiola

E desafio à viola,

Do cantador popular.

E também a toadinha,

Da ciranda-cirandinha

Vamos todos cirandar.



Eu e você que vivemos

No nosso pobre sertão

Muitas coisas inda temos

Da popular tradição:

Além de outras ,o girau

E a carrocinha de pau,

Em vez de bonito carro.

Que prazer satisfação,

A gente comer pirão

Mexido em prato de barro!



De conservar o folclore.

Todos têm obrigação,

Para que nunca descorre

A popular tradiçaõ...

Não posso continuar,

pois nada pude estudar,

De dentro do tema saio.

O resto lhe dirá tudo

Romão Filgueira Sampaio,

Mainar e Câmara Cascudo.




ADÁGIOS


COISAS QUE O POVO DIZ

Adágios são ditos sentenciosos em poucas palavras criados pela experiência popular.Enceram ironia ,malícia em conceitos breves.

O povo geralmente,não faz distinção entre os termos:adágios,máximas,rifão,provérbios e aforismos:

ADÁGIOS POPULARES:

A

A César o que é de César, a Deus o que é de Deus.
A amar e a rezar ninguém se pode obrigar.
A bom entendedor meia palavra basta.
A bom gato, bom rato.
A cavalo dado não se olham os dentes.
A concha é que sabe o calor da panela.
A corda sempre arrebenta pelo lado mais fraco.
A grandes males, grandes remédios.
A justiça tarda, mas não falta.
A lua não fica cheia em um dia.
A mentira tem pernas curtas.
A morte não espera.
A mulher e a pescada querem-se das mais gradas.
A mulher e a sardinha querem-se das mais pequeninas.
A mulher é como o pão, está sempre a olhar para a mão.
A má erva depressa nasce e tarde envelhece.
A necessidade ensina a lebre a correr.
A ocasião faz o ladrão.
Alegria de pobre só dura um dia.
A fome faz a onça sair do mato.
Amor e vento, vai um, vem cento
A cavalo dado, não se olham os dentes.
A galinha do vizinho é sempre mais gorda.
A rico não devas, a pobre não prometas.
A melhor espiga é a pior para o porco.
A ociosidade é a mãe de todos os vícios.
A água silenciosa é a mais perigosa.
A pressa é inimiga da perfeição.
A esperança é a última que morre.
Amor sem beijo é como macarrão sem queijo.
Antes fanho que sem nariz.
A árvore se conhece pelos frutos.
A assombração sabe pra quem aparece.
Amigo irado, inimigo dobrado.
Albarda-se o burro à vontade do dono.
Além ou aquém, sempre vejas com quem.
Amarra-se burro à vontade do dono.
Amigo disfarçado, inimigo dobrado.
Amigos, amigos; negócios, à parte.
Amizade remendada, café requentado.
Amor com amor se paga.
Amor e dinheiro não querem parceiro.
Amor é a gente querendo achar o que é da gente.
Amor é sede depois de se ter bebido.
Anda em capa de letrado muito asno disfarçado.
Antes calar que mal falar.
Antes causar inveja que dó.
Antes fanhoso que sem nariz.
Antes perder a lã que a ovelha.
Antes só do que mal acompanhado.
Antes tarde do que nunca.
Ao menino e aos borracho põe sempre eus a mão por baixo.
Ao rico não faltes, ao pobre não prometas
Apos a desgraça (tempestade) vem a bonança
Aqui se faz, aqui se paga.
As paredes têm ouvidos.
As rosas caem os espinhos ficam
Asno que a Roma vá, asno volta de lá.
Atrás de quem corre não falta valente.
Azeite, vinho e amigo: melhor o antigo.
À noite todos gatos são pardos.
Água e conselho só se dão a quem pede.
Água mole em pedra dura tanto bate até que fura.
Águas passadas não movem moinhos.

B

Briga a onda com o rochedo e o sururu vai no meio.
Boi irado, na terra dos outros, é bezerra.
Bem ama quem nunca esquece.
Bom-dia não se nega nem à cotia.
Bocado engolido, sabor perdido
Bastante sabe quem não sabe, se calar sabe.
Boi ladrão não amanhece em roça.
Boi sonso, chifrada certa.
Batendo ferro é que se fica ferreiro.
Beleza não se põe a mesa.
Bem sabe o asno em que casa rosna.
Bom vinho dispensa pregão.
Briga o mar com a praia, quem paga é o caranguejo.
Burro morto cevada ao rabo.
Burro velho não aprende.

C

Cada louco com a sua mania.
Cada macaco no seu galho.
Cair de cavalo magro.
Chuva que troveja, não cai.
Cotia ficou sem rabo de tanto fazer favor.
Calça de veludo,ou bunda de fora.
Cave o poço antes de sentir sede.
Conselho de raposa, morte de galinha.
Contra fatos, não há argumentos
.

Ovo de cobra não gora.

Cada um sabe onde lhe aperta o sapato.

Cada cabeça, cada sentença.
Cada leitão em sua teta.
Cada louco com sua mania.
Cada macaco no seu galho.
Cada ovelha com sua parelha.
Cada qual canta como lhe ajuda a garganta.
Cada qual com seu igual.
Cada qual sabe onde lhe doem os calos.
Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso.
Cada um dá o que tem.
Cada um por si, Deus por todos.
Cada um puxa a brasa para a sua sardinha.
Caiu na rede é peixe.
Caiu no saco é gato.
Caminho começado é meio andado.
Candeia que vai à frente alumia duas vezes.
Casa arrombada , tranca na porta.
Casa o filho quando quiseres, a filha quando puderes.
Casa onda não há pão, todos brigam e ninguém tem razão.
Casa onde não entra sol, entra o médico.
Casa-te e verás: perdes o sono e mal dormirás.
Casarás, amansarás e te arrependerás.
Cesteiro que faz um cesto faz um cento.
Cobra que não anda não apanha sapo.
Coice de égua não machuca cavalo.
Coisa oferecida ou está podre ou está moída.
Com fogo não se brinca.
Comer e coçar, é só começar.
Comer para viver, e não viver para comer.
Confiança não se dá e não se toma emprestado, conquista-se.
Conforme se toca assim se dança
Contra a má sorte, coração forte.
Coração que suspira não tem o que deseja.
Cria fama e deita-te na cama.
Cão que ladra não morde.

D

De noite todos os gatos são pardos.
De grão em grão a galinha enche o papo.
De boa intenção o inferno está cheio.
De graça até injeção na testa.
Defunto quando acha quem carrega, balança.
Desgraça pouca é bobagem.
Deus dá farinha, mas não amassa o pão.
Deixar estar, jacaré, a lagoa há de secar.

De médico e de louco todos nós temos um pouco.
Diga-me com quem andas e eu te direi quem és.

Da discussão nasce a luz.

E

Em boca fechada não entra mosca.
Em briga de marido e mulher, não metas a colher.
Em casa de enforcado, não fales em corda.
Em casa de ferreiro, espeto de pau.
Em pé de pobre é que o sapato aperta.
Em tempo de guerra, mentira é como terra.
Em terra de cego, quem tem um olho é rei.
Em terra de cegos quem tem um olho é Rei
Enquanto há vento, molha-se a vela.
Enquanto o pau vai e vem folgam as costas.
Entrada de leão, saída de cão.
Entre marido e mulher não se mete a colher.
Errando é que se aprende.
Errar é humano.
Erudito sem obra é nuvem sem chuva.
Erva má, depressa cresce.
Escreveu não leu, o pau comeu.
É leve o fardo no ombro alheio.

É a intenção que faz a ação.
É melhor prevenir, que remediar.
Economia é a base da porcaria.
Em Roma, como os romanos.
Elefante não cabe em estante.
Eles que são brancos que se entendam.
Em time que está ganhando, não se mexe.
Errar é humano, persistir no erro é burrice.
Enquanto dormem os gatos, correm os ratos.
Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas.


F


Falar é fácil, fazer é que é difícil.
Falar sem pensar é atirar sem apontar.
Faz mais quem quer do que quem pode.
Faça o bem sem olhar a quem.
Fé em Deus e pé na tábua.
Feio é roubar e não poder carregar.
Ferro se malha enquanto está quente.
Filho de onça já nasce pintado.
Filho de peixe, peixinho é.
Filho de peixe sabe nadar

Filho de burro ,um dia da coice.

Franga que canta quer galo.
Falar no mau, aprontar o pau.
Fazer o bem sem olhar a quem.
Favor recebido, favor esquecido.
Falar é fácil, fazer é que são elas.

Falando do diabo aparece o rabo

Farinha ruim nãodá bom pão.

Festa acabada, músicos à pé.
Feliz no jogo, infeliz no amor.

Formiga e puxa-saco tem em todo lugar.
Figurinha repetida não completa álbum.

Faça o que eu digo,mas não faça o que eu faço.





G

Garapa dada não é azeda.

Gaivotas em terra tempestade no mar.
Galinha que canta é que é a dona dos ovos.
Galinha velha faz bom caldo
Gato escaldado de água fria tem medo.
Gato escaldado tem medo de água fria.
Generoso como ninguém é aquele que nada tem.
Grande gabador, pequeno fazedor.
Grande nau grande tormenta
Grão a gráo enche a galinha o papo.
Guarda de comer não guardes que fazer.
Guarda te do homem que não fala e do cão que não ladra.

Grande nau, grande tormenta.
Grosseria chama grosseria.
Gordura é formosura.
Gosto não se discute.
Goteira é que enche a bacia.
Goiabada sem queijo é que nem abraço sem beijo.
Gosto é igual a cu, cada um tem o seu.
Grande gabador, pequeno fazedor.


H

Há males que vem para bem.
Há sempre um chinelo velho para um pé doente.
Homem sem dinheiro é um violão sem cordas.
Homem pequenino, ou velhaco ou bom dançarino.
Homem prevenido vale por dois
Hora de morrer não tem retardo.

Há males que vêm pra bem.
Honra sem proveito faz mal ao peito.
Hora a hora, Deus melhora.
Hoje em dia, quem menos corre, voa.

Homem pequenino, ou velhaco ou dançarino.
Há muitas maneiras de se matar pulgas.
Hoje na nossa figura, amanhã na sepultura.
Homem que bate no peito, velhaco perfeito.
Há chuva que seca e sol que refresca.

Hóspede, depois de três dias,
Homem desmunhecando e mulher pisando

I

Irmão de barqueiro não paga a passagem.
Infeliz no jogo, feliz no amor.
Infeliz do rato que só conhece um buraco.
Indo é que se peneira nos bastos.
Ir ao vento, perder o assento.
Idiota é quem pensa que sabe tudo.
Ingratidão tira a afeição.







J

Jogarás, pedirás, furtarás.
Jogo franco, cartas na mesa.

Jegue com fome, cardos come.
Janelas fechadas são olhos de cego.
Jerimum se guarda, mas melancia apodrece.

Jogar verde pra colher maduro.
Julga-se a onça sempre maior do que ela é.
Junta-te aos bons e serás um deles.
Junto da urtiga, nasce a rosa.
Jogo e bebida, casa perdida.
Juiz piedoso faz o povo cruel.

L

Ladrão de tostão, ladrão de milhão.
Lenha verde é que faz fumaça.
Lobo velho não cai em armadilha.

Lágrimas de herdeiro, sorrisos disfarçados.
Lembra-se mais do credor que do devedor..
Língua não tem osso, mas quebra os ossos.
Lua nova setembrina, sete meses determina.
Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.
Laranja: de manha ouro, à tarde é prata, de noite mata.
Lava mais água suja do que mulher asseada.
Leite de vaca não mata bezerro.

M

Macaco velho não mete a mão em cumbuca.
Madruga e verás, trabalha e terás
Mais anda quem tem bom vento do que quem muito rema.
Mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo.
Mais fácil acender uma vela que amaldiçoar a escuridão.
Mais fácil é o burro perguntar do que o sábio responder.
Mais vale burro vivo do que sábio morto.
Mais vale um ?toma?do que dois ?te darei?.
Mais vale um cachorro amigo do que um amigo cachorro.
Mais vale um mau acordo que uma boa demanda
Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar.
Mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
Mais vale um pé do que duas muletas.
Mal virá que bem se fará.
Manda e faz servido serás
Manhã de nevoeiro, tarde de sol soalheiro
Mis vale não dizer nada, que nada dizer
Madruga e verás, trabalha e terás.
Mal com ele, pior sem ele.
Mão fria, coração quente.
Mais caro é o dado, que o comprado.


Mais vale um gosto do que quatro vinténs.
Menino e sino não dão em si sem pancada.
Merda quanto mais mexida mais fedida.

N

No fim é que se cantam as glórias.
No frigir dos ovos é que se vê a manteiga.
Nunca digas: desta água não beberei.
Não adianta gritar por São Bento, depois que a cobra mordeu.
Não censure dor alheia quem nunca dores sentiu.
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje.
Não dá quem tem, dá quem quer bem
Não faças aos outros aquilo que não queres que te façam.
Não há bem que sempre dure, nem mal que sempre se ature.
Não há domingo sem missa, nem segunda sem preguiça.
Não há duas sem três
Não há regra sem exceção, nem mulher sem senão. Não há melhor espelho que amigo velho.
No frigir dos ovos é que a manteiga chia.
Noivado prolongado acaba desmanchado.
Na boca do mentiroso, o certo se faz duvidoso.
Na seda mais fina é que a mancha pega.
Nunca diga desta água não beberei.


O



O boi solto lambe-se todo.
O bom filho à casa torna.
O hábito não faz o monge.
O justo paga pelo pecador.
O que não mata, engorda.
Onde o galo canta, aí janta.
O que arde cura, o que aperta segura.
O que é de gosto regala a vida.
O rabo é o que mais custa a esfolar.
Onde comem dois, comem três.
Onde entra o beber, sai o saber.
Os costumes de casa um dia vão à praça.
Os dedos das mãos não são iguais.
O boi é que sobe, o carro é que geme.
O carro não anda adiante dos bois.
O castigo anda a cavalo.
O feitiço costuma virar contra o feiticeiro.
O fim coroa a obra.
O homem propõe e Deus dispõe.
O hábito não faz o monge (mas fá-lo parecer de longe).
O lobo perde o pelo mas não o vício.
O medo é mau companheiro.
O prometido é devido.
O que arde cura, o que aperta segura.
O que os olhos não vêem o coração não sente.

P

Pai rico, filho nobre, neto pobre.
Palavra de rei não volta atrás.
Pior a emenda que o soneto.
Promessa é dívida.
Perdido por um, perdido por cem.
Porco não se coça em pau de espinho.
Praga de urubu não mata cavalo magro.
Pimenta nos olhos dos outros não arde.
Palavras ocas, orelhas mocas.
Por fora muita farofa, por dentro molambo só

Paga o justo pelo pecador.
Palavra de rei não volta atrás.
Palavras não enchem barriga.
Palavras, leva-as o vento.
Pancada de amor não dói.
Panela que muitos mexem foi sempre mal temperada.
Papagaio como milho, periquito leva a fama.
Para amigo urso, abraço de tamanduá.
Para baixo, todos os santos ajudam.
Para bom entendedor meia palavra basta
Para bom mestre não há má ferramenta.
Para grandes males, grandes remédios.
Para quem está perdido, qualquer mato é caminho.
Parecer sem ser é fiar sem tecer.

Urubu caipora,se atola em lajeiro.


Q

Quem Apanha de mulher não se queixa a delegado.

Quem tudo quer, tudo perde.
Quem não arrisca não petisca.
Quem não deve não teme.
Quando o dinheiro fala, tudo cala.
Quando o pobre come frango, um dos dois está doente.
Quando pobre come vitela, um dos dois está doente.
Quando um burro fala o outro baixa as orelhas.
Quando um burro fala, os outros abaixam as orelhas.
Quando um não quer, dois não brigam.
Quanto mais se vive, mais se aprende.
Quem a alto sobe de alto cai
Quem ama o feio, bonito lhe parece.
Quem anda na chuva se molha.
Quem ao moinho vai, enfarinhado sai.
Quem avisa amigo é.
Quem bem ouve, bem responde.
Quem boa cama faz, nela se deita.
Quem brinca com fogo se queima.

R

Roma não se fez num dia.
Roupa suja se lava em casa.
Rei morto, rei posto.
Raso não tem fundura.

Ri melhor, quem ri por último.
Rico avarento não tem parente, nem amigo.
Rio passado, santo não lembrado.
Riqueza de tolo é patrimônio de pilantra.
Ruim com ele, pior sem ele.
Ri-se o roto do esfarrapado e o sujo do mal lavado.
Rico quando corre é atleta, pobre quando corre é ladrão
Roma não se fez num só dia.
Roupa suja lava-se em casa.

S

Saco vazio não para em pé.
Saem os gatos, folgam os ratos.
Saiu do espeto, caiu nas brasas.
Santo de casa não faz milagres.
Sapo de fora não chia.

Só compra quem tem.
Saudade não mata, mas maltrata.
Se não fosse o mau gosto, o que seria do amarelo?
Sombra de pau, não mata cobra.
Suspiro de rato não derruba queijo.
Sol de março, muito mormaço.
Se o mundo fosse bom, o dono morava nele.
Só o que bota pobre pra diante é topada.

Santo de casa não faz milagre.
Se a esmola é grande o santo desconfia
Se queres ser bom juiz, ouve o que cada um diz.
Sinal na perna mulher de taberna.
Sinal no braço mulher de desembaraço.
Sinal no peito mulher de respeito.
São mais as vozes que as nozes.
Só se lembram de St. Bárbara quando faz os trovões.

Sapo não pula por boniteza e sim por precisão.


T

Tal pai, tal filho.
Tamanco faz zoada, mas não fala.
Tapa de amor não dói.
Teima, mas não apostes.
Tristeza não paga dívida.
Tempestade no mar, gaivotas em terra.
Tempo é dinheiro.
Tempo é remédio.
Tição brigou com a brasa e a panelinha caiu.
Toda doçura custa uma amargura.

Trabalho é meio de vida e não de morte.
Tudo o que sobe tem que descer.
Toda araruta tem seu dia de mingau.
Tem hora pra tudo.
Todos os caminhos levam a Roma.
Tanto vai o cão ao moinho que um dia lá deixa o focinho.
Tempo é dinheiro.
Tristezas não pagam dívidas.
Tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta.

Tamanho não é documento.

U

Um dia é da caça, outro do caçador.
Um homem prevenido vale por dois.
Um mal nunca anda só (sozinho)
Uma andorinha só não faz verão.
Uma mão lava a outra, ambas lavam o rosto.
Urubu quando está infeliz cai de costas e quebra o nariz.

V

Ver, para crer.
Vaso ruim não quebra.
Veja de perto pra contar o certo.
Vem a ventura pra quem a procura.
Ventre em jejum, não ouve nenhum.

Vergonha é roubar e não poder carregar.
Virtudes a pé, vícios a cavalo.
Viva o luxo, padeça o bucho.
Viver é fácil, saber viver é que são elas.
Voz de burro não chega no céu.
Vão-se os anéis e ficam os dedos.
Vale mais pão duro que figo maduro
Vem a ventura a quem procura.
Vingar é lamber frio o que outro cozinhou quente demais.
Vintém poupado, vintém ganho.
Viúva rica com um olho chora, com o outro repenica.
Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
Vão-se os gatos, folgam os ratos.
Vê quem pisas na subida, porque irás encontrá-los na descida.
Vê-se pela aragem quem vai na carruagem

X

Xexéu e virabosta, cada qual do outro gosta.

Z

Zurra o jegue, botam-lhe o cabresto.

sábado, 23 de agosto de 2008

LENDAS BRASILEIRAS

LENDAS BRASILEIRAS

A MULA SEM CABEÇA

A mula-sem-cabeça é uma lenda do folclore brasileiro, a sua origem é desconhecida, mas bastante contada em todo Brasil.
A mula é literalmente uma Mula Sem Cabeça e que solta fogo pelo pescoço, local onde deveria estar sua cabeça, possui em seus cascos, ferraduras que são de prata ou de aço e apresentam coloração marrom ou preta.

Apesar de ter origem desconhecida, a lenda fez parte da cultura da população que vivia sobre o domínio da Igreja Católica.

Segundo a lenda, qualquer mulher que namorasse um padre seria transformada em um monstro, desta forma as mulheres deveriam ver os padres como uma espécie de “santo” e não como homem, se cometessem qualquer pecado com o pensamento em um padre, acabariam se transformando em mula sem cabeça.


LOBISOMEM

ORIGEM PORTUGUESA

Conhecida no mundo inteiro.Diz a lenda que quando uma mulher tem 7 filhas e o oitavo filho é homem, esse menino será um Lobisomem. Também o será, o filho de mulher amancebada com um Padre.


Sempre pálido, magro e orelhas compridas, o menino nasce normal. Porém, logo que ele completa 13 anos, a maldição começa.

Na primeira noite de terça ou sexta-feira, depois do aniversário, ele sai à noite e vai até um encruzilhada. Ali, no silêncio da noite, se transforma em Lobisomem pela primeira vez, e uiva para a lua.
Daí em diante, toda terça ou sexta-feira, ele corre pelas ruas ou estradas desertas com uma matilha de cachorros latindo atrás. Nessa noite, ele visita, 7 partes da região, 7 pátios de igreja, 7 vilas e 7 encruzilhadas. Por onde passa, açoita os cachorros e apaga as luzes das ruas e das casas, enquanto uiva de forma horripilante.

Antes do Sol nascer, quando o galo canta, o Lobisomem volta ao mesmo lugar de onde partiu e se transforma outra vez em homem. Quem estiver no caminho do Lobisomem, nessas noites, deve rezar três Ave-Marias para se proteger.

Para quebrar o encanto, é preciso chegar bem perto, sem que ele perceba, e bater forte em sua cabeça. Se uma gota de sangue do Lobisomem atingir a pessoa, ela também vira Lobisomem.



LENDAS DO NORDESTE

FAMALIÁ

É o nome de um diabinho preto, conservado dentro de uma garrafa, uso e mito da região norte mineira e bastante comum também nas feiras norte-nordestinas. Comprado pela gente simples como curiosidade ou mesmo crença.
Já citado nas "Denunciações da Bahia", em 1951, e sempre combatido pelos religiosos de todas as denominações, o mito permanece.
Segundo a tradição, para se fazer um, deve-se matar um gato preto, tirar-lhe os olhos e colocar cada um dentro de um ovo de galinha preta, guardando tudo dentro de estrume eqüino. Passado um mês, nascerá o diabinho, que nasce sempre em forma de pequeno lagarto, e deverá ser alimentado com ferro ou aço moído.
Os possuidores do Famaliá terão muito poder e, se você pedir, poderá arranjar-lhe dinheiro em qualquer quantidade.



CEARÁ

LlENDA DE ORIGEM PORTUGUESA

A CIDADE ENCANTADA DE JERICOACOARA

Antigos habitantes de Jericoacoara, no Ceará, costumam contar esta lenda de origem portuguesa.Dizem que debaixo do morro do farol local, existe uma cidade encantada, onde mora uma linda princesa.

Perto da praia, quando a maré está baixa, há uma furna onde só se pode entrar agachado. Esta furna de fato existe. Só se pode entrar pela boca da caverna, mas não se pode percorrê-la, porque, está bloqueada por um enorme portão de ferro.

A cidade encantada e a princesa estariam além daquele portão. A encantadora princesa está transformada, por magia, numa serpente de escamas de ouro, só tendo a cabeça e os pés de mulher.

De acordo com a lenda, ela só pode ser desencantada com sangue humano. Assim, no dia em que alguém for sacrificado junto do portão, abrir-se-á a entrada para um reino maravilhoso. Com sangue será feita uma cruz no dorso da serpente, e então surgirá a princesa com toda sua beleza, cercada de tesouros inimagináveis, e a cidade com suas torres douradas, finalmente poderá ser vista. Então, o felizardo responsável pelo desencantamento, poderá casar com a princesa cuja beleza é sem igual nesse mundo.

Mas, como até hoje não apareceu ninguém disposto a quebrar esse encanto, a princesa, metade mulher, metade serpente, com seus tesouros e sua cidade encantada, continuam na gruta a espera desse heroí.



PERNAMBUCO

A CABRA CABRIOLA,É UMA LENDA DO ESTADO DE PERNAMBUCO DO FIM DO SÉCULO XIX .

A Cabra Cabriola é uma espécie de cabra, meio bicho, meio monstro. É um Bicho que deixa qualquer menino arrepiado só de ouvir falar. Solta fogo e fumaça pelos olhos, nariz e boca. Ataca quem anda pelas ruas desertas às sextas a noite. Mas, o pior é que a Cabriola entra nas casas, pelo telhado ou porta, à procura de meninos malcriados e travessos, e canta mais ou menos assim, quando chega:

Eu sou a Cabra Cabriola
Que como meninos aos pares
Também comerei a vós
Uns carochinhos de nada...

As crianças não podem sair de perto das mães, ao escutar qualquer ruído estranho perto da casa. Pode ser qualquer outro bicho, ou então a Cabriola, assim é bom não arriscar. Astuta como uma Raposa e fétida como um bode, assim é ela. Em casa de menino obediente, bom para a mãe, que não mija na cama e não for traquino, a Cabra Cabriola, não passa nem perto.


PIAUÍ

LENDA DE ORIGEM PORTUGUESA

O BARBA RUIVA

Na lagoa de Paranaguá no Piauí. Dizem que ela era pequena, quase uma fonte, e cresceu por encanto. Foi assim:

Vivia uma viúva com tês filhas. Um dia, a mais moça das filhas dela adoeceu, ficando triste e pensativa. Estava esperando menino e o namorado morrera sem ter tempo de casar com ela. Com vergonha, a moça pariu nos matos e, deitou o filhinho num tacho de cobre e sacudiu-o dentro da pequna fonte de água. O tacho desceu e subiu logo, trazido por uma Mãe-d'agua, que com raiva, Amaldiçoou a moça que chorava na beira.

As águas foram subindo e correndo, numa enchente sem fim, dia e noite, alagando tudo, cumprindo uma ordem misteriosa. Ficou a lagoa encantada, cheia de luzes e de vozes. Ninguém podia morar na beira porque, a noite inteira, subia do fundo dágua um choro de criança. O choro parou e, vez por outra, aparecia um homem moço, muito claro, com barbas ruivas ao meio dia e com a barba branca ao anoitecer.

Muita gente o viu e tem visto. Foge dos homens e procura as mulheres que vão bater roupa. Agarra-as só para abraçar e beijar. Depois, corre e pula na lagoa, desaparecendo. Nenhuma mulher bate roupa ou toma banho sozinha, com medo do Barba Ruiva. Se um Homem o encontra, fica desorientado. Mas o Barba Ruiva não ofende ninguém.

Se uma mulher atirar na cabeça dele água benta e um rosário sacramentado, ele será desencantado. Barba Ruiva é pagão, e deixa de ser encantado sendo cristão. Como ainda não nasceu essa mulher valente para desencantar o Barba Ruiva, ele cumpre sua sina nas águas da lagoa.

SERGIPE

LENDA DE ORIGEM AFRO-BRASILEIRA

O ZUMBI

ZumbiVem do Quimbundo[1] nzumbi, espectro, duende, fantasma. Para as antigas tradições africanas, vem do termo nzámbi, divindade, título adotado pelos chefes sociais. Entre os Cabindas[1], quer dizer Deus.
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Zumbi foi o título do chefe dos rebelados escravos que se refugiaram no Quilomdo dos Palmares, na Serra da Barriga, em Alagoas. Em Sergipe, Zumbi é um negrinho que se confunde com o Saci, que aparece nos caminhos em meio à mata, e é companheiro da Caipora; mas não tem a carapuça vermelha. Anda nu ou quase nu, sempre procurando crianças que vão pegar frutas sivestres, para desorientá-las com seus longos e finos assobios, ou surrá-las, como o Curupira.
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No Rio de Janeiro, fala-se de um Zumbi da meia-noite, um espectro que vagava à noite alta pelas ruas intimidando as pessoas. Relato semelhante a esse, também foi colhido no interior de Pernambuco, apenas que neste, ele canta: "Lá vem o Zumbi da Meia-Noite..", e se perde dançando na noite. Há também referências a um Zumbi diabinho malicioso, moleque.
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[1] - Indivíduo Sul-africano ao qual pertenciam, entre outros, os escravos chamados no Brasil de Angolas, Cabindas, Benguelas, Congos, etc.

BIBLIOGRAFIA

Cascudo, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro, Instituto Nacional do Livro, 1954 | 9ª edição: Rio de Janeiro, Ediouro, sd | Geografia dos mitos brasileiros. 2ª ed. São Paulo, Global Editora, 2002, p.335-338

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